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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Franz Jägerstätter - disse : Não ao Hitler.






A decisão de um homem, Chicago .

Em Braunau am inn, no norte da Áustria, alguns curiosos se detêm abobalhados para olhar a “Hitlerhaus”, onde o infame nasceu e se criou. Seria muito melhor que continuassem viajando mais uns poucos quilômetros até o pequeno povoado de St. Radegund, onde viveu uma pessoa completamente distinta. O lugar é pequenininho: apenas uma cervejaria, umas poucas casas e uma modesta igreja. É considerado tão insignificante que nem sequer aparece em alguns detalhados mapas da Áustria.

Porém, isto pode mudar consideravelmente em um futuro próximo. O cidadão mais famoso desse povoado, Franz Jägerstätter, foi proclamado como um autêntico mártir pelo Papa Bento XVI em junho de 2007. Ser mártir converte um ipso facto em santo? O jovem Franz não se parecia em nada a um santo. Era um tipo encrenqueiro, conhecido por se meter em brigas com os outros jovens da região. Ao que tudo indica, teve um filho fora do casamento e depois desapareceu durante um ano ou um pouco mais, mudando para outra parte do país para trabalhar nas minas.
Voltou quando os ânimos já haviam se acalmado, se apaixonou por uma garota local e se casaram. A linda Franziska era justo o que o jovem rebelde precisava. Ela era alegre e cheia de entusiasmo, mas também madura e muito devota. Na lua-de-mel fizeram uma viagem de ida e volta a Roma de moto, algo insólito na Áustria rural. Todos diziam que Franz era um lustiger Mensch (“um cara alegre”) que havia encontrado o par perfeito. Ele também se tornou muito devoto.

Os vizinhos diziam que podiam escutá-lo cantar hinos enquanto trabalhava na granja familiar. Tornou-se amigo do Reverendo Josef Karobath que o nomeou sacristão e lhe deu a função de treinar os acólitos, planejar as celebrações do dia santo e cuidar da igreja. Porém, graves mudanças políticas estavam acontecendo naquela época. Franz foi o único de seu povoado a votar contra a anexação da Áustria pela Alemanha.

O exército alemão entrou no país e foi recebido com grande entusiasmo. Hitler realizou uma entrada triunfal em Viena e foi recebido pelo Cardeal Arcebispo. Franz era um austríaco que não estava contente. Uma guerra injusta No ano seguinte a Polônia foi invadida. Franz decidiu conscientemente que não lutaria em uma guerra tão injusta. A Polônia não havia invadido a Alemanha. A Alemanha invadia a Polônia e muito rapidamente invadiria outros países. Muitos de seus amigos se alistavam e outros esperavam serem chamados.

Franz disse para a sua esposa, para a sua mãe e para o seu pastor que ele não se alistaria. O Padre Karobath o entendeu. De fato, pouco depois seria removido de sua paróquia por ter feito uma homilia de caráter patriótico. Porém, lembrou ao jovem que sua mãe viúva, sua mulher e agora suas três filhas pequenas dependiam dele. Franz decidiu buscar o conselho do bispo de Linz. O Bispo simplesmente falou sobre os outros jovens que estavam lutando e morrendo na Rússia defendendo a pátria. Ele deveria estar fazendo o mesmo.

A determinação de Franz não seria abalada. Durante um longo tempo a notificação de recrutamento não chegaria. O governo precisava de agricultores como Franz para o esforço da guerra. Porém, à medida que a guerra acabava com muitas e muitas vidas, os velhos e até as crianças eram enviados à frente de batalha. A notificação chegou por correio: Franz era necessário no exército. Não podia haver nada pior para um objetor de consciência. Franziska se lembra que Franz e ela acordaram cedo, enquanto a avó e as crianças ainda dormiam. Os veria novamente? Despediram-se e ele se afastou na escuridão prévia ao amanhecer, em direção ao centro de recrutamento.

Ele se negou a prestar o juramento de obediência a Hitler e foi rapidamente encarcerado em Linz. Ali foi detido durante algum tempo e enviou cartas realmente belas para sua mulher. Mais adiante seria enviado para a temida prisão de Berlim. Franziska tinha grande vontade de vê-lo. O jovem padre que havia substituído o padre Karobath disse que a acompanharia. Apesar dos americanos e ingleses estarem bombardeando a linha férrea, foram de trem. Na prisão, puderam ver através de uma janela que Franz fora conduzido a uma caminhonete, jogado à força e apanhado até cair. Porém, Franz pôde vê-los.


O padre repetia alguns dos velhos argumentos: ainda estava em tempo de mudar de opinião; ele ainda podia se salvar. Porém, Franziska sabia que para seu voluntarioso marido salvar seu corpo não era tão importante como salvar sua alma. Para ele este era um claro caso de bem e mal: a guerra era injusta, ele não lutaria. Polêmico até na morte Levaram-no. Os dois visitantes fizeram a perigosa viagem de volta a St. Radegund. Franz foi decapitado na guilhotina da prisão. Quando a guerra terminou, o capelão da prisão, que sabia onde haviam sepultado seu corpo, colocou os restos em uma caixa.

Uma monja aceitou levá-los a St. Radegund para serem sepultado. O Padre Karobath regressou como pastor e anunciou que faria um funeral solene a Franz. Ele seria sepultado em um lugar de honra, ao lado da igreja. Contudo, muitos não aprovaram. Seus filhos, irmãos e esposos haviam lutado e morrido na Rússia, Itália, França e Alemanha. Eles eram os verdadeiros heróis, não Franz, um homem que havia se recusado a servir o país.

Quando seu nome foi inscrito junto aos daqueles que haviam morrido em um memorial da guerra do povoado, foi apagado. Porém, o Padre Karobath não aceitou essa atitude. Franz merecia um funeral solene. O monumento seria reparado e haveria flores em seu túmulo. À medida que os anos passaram, os habitantes foram tendo uma visão mais positiva de Franz Jägerstätter. Um pequeno museu foi aberto na velha granja. Ali se exibem algumas fotos, um rosário e um livro de orações e, claro, seu capacete da moto.

As pessoas começaram a peregrinar; a rezar na igreja onde ele rezou e a se deter ante seu túmulo, localizado em um lugar privilegiado. Creio que houve dois sacerdotes que foram executados na Alemanha por serem objetores de consciência, mas me parece que Franz foi o único laico. Era perigoso e arriscado dizer não à demente guerra de Hitler. Ele teria sido capaz de tomar esta atitude sem o apoio de uma esposa forte e amorosa? Agora, entretanto, suas três filhas sabem que seu pai foi um mártir. E os mártires são santos. A cerimônia de beatificação de Franz Jägerstätter acontecerá no dia 26 de outubro de 2007 em Linz, Áustria.
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Reverendo Willard F. Jabusch Capelão emérito da Universidade de Chicago .

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Deus faz-nos ver maravilhas e realiza proezas que não compreendemos. Jó 37:5